sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Os dois “V” que faltam a este PSD


O PSD e Manuela Ferreira Leite agonizam na ausência de dois “V´s” que lhes viabilizariam o regresso à Governação. O primeiro “V” é de “Vitesse” e o segundo de ´”Verdade”.
Ambos poderão provocar a ausência de um terceiro "V". O "V" de vitória nas proximas eleições.

O “V” de Vitesse
“Vitesse”, da composição de TGV (Train à Grande Vitesse) foi o primeiro “V” a saltar da carruagem desse comboio regional que é Programa de Governo proposto pelo PSD.
È da memória colectiva a génese desta temática. Imbuídos do espírito de integração económica no mercado europeu, o governo de Durão e Ferreira Leite, em 2003, assinou de cruz a importância estratégica do TGV. E tinham razão.

Portugal é geograficamente periférico em relação ao centro da Europa e, por conseguinte, ao núcleo dos pólos económicos europeus, mas beneficia, na mesma proporção, de uma relação privilegiada com o Atlântico, o que faz de Portugal uma plataforma privilegiada de entrada e saída de mercadorias transatlânticas.

Com o Aeroporto da Portela esgotado em termos de recepção e expedição de mercadorias e estando Alcochete a 10 anos de distancia, os operadores estão a desviar a rota e a entregar a Espanha os bens que transaccionam. Espanha, com visão estratégica e sabendo que Portugal demora sempre, tem construído Aeroportos que funcionam numa lógica de “doca seca” aproveitando esta deficiência de Portugal.

O principio do fim do “V” de Verdade

Começa-se a vislumbrar o segundo “V” que falta a este PSD. O “V” de verdade.

Na ausência de verdade, criou uma metamorfose em ciclo. Vejamos.

Em 2003 viabilizou o projecto. No primeiro debate, Ferreira Leite, rejeitou laconicamente o mesmo projecto que viabilizara em Conselho de Ministros. Percebendo o erro, no dia seguinte, correu, em Grande Vitesse, na tentativa de voltar aos carris. Disse que suspendia até melhor análise e negociação com os Espanhóis. As pessoas entenderam que seria uma e a mesma coisa e os Espanhóis desconfiados, desconfiaram.

Passando pelo “U” de União

Hoje, fiquei atónico com mais um passo da metamorfose. Ferreira Leite percebeu que não são os espanhóis que decidem. È a União Europeia que decide porque é co-financiadora do projecto. A União Europeia financia porque, efectivamente, quer beneficiar os Espanhóis. Assim como os Franceses, Alemães, Polacos e todos os outros membros da União.

Beneficia principalmente os Portugueses que, fazendo parte da União Europeia, devem usufruir das vantagens económicas de estarem integrados numa rede Europeia de Transportes, que nos facilite a fluência empresarial com os nossos parceiros e com o bónus de sermos nós a potencial plataforma logística de mercadoria marítima para toda a Europa.

Afinal beneficia os espanhóis aqueles que inviabilizarem o TGV e nos mantiverem no isolacionismo do mercado europeu da transacção de mercadorias.

Visto em perspectiva, este é apenas mais um pequeno passo para a União Europeia como forma de se consolidar em termos económicos, prosseguindo a construção de uma União de Países que se entre ajudam para serem mais fortes num mundo globalizado. È por isso que lhe chamamos União.

Um “D” de demagogia

Mas de pequenos passos se fazem grandes caminhadas. E a visão da líder do PSD, que ambiciona governar o Pais, torna-se ainda mais tacanha quando vem dizer, agora, que “nim” ao TGV dependendo de mais regalias de fundos comunitários para outras áreas, sem quais nem como.

A extrema-unção do “V” de Verdade

Fecha o ciclo da Metamorfose. Amanhã, regressa a 2003, já será a favor e dirá aos parceiros europeus que tudo não passou de campanha eleitoral.

Falta à “Verdade” que, de forma panfletária, apregoa numa Vitesse de inconstância que só lembra ao seu companheiro Santana Lopes.

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