segunda-feira, 13 de julho de 2015

O pequeno cantor português

Esperei ansioso para ver o noticiário das 8 . Queria ouvir ouvir os fervorosos elogios que os líderes europeus iam fazer ao PPM (pequeno-primeiro-ministro) Português. Desejava que fosse em várias línguas que o fizessem . Ao género do Euro-Festival da canção. Vinha o Alemão e saudava Portugal com uma litrosa na mão. 10 pontos para o pequeno cantor luso . Depois o Francês emocionado pela surpresa de tamanho gênio que descende dos outros dos Bidon Ville . Quase um filho adoptivo . 10 pontos da França. O Inglês!  Aí , o Inglês não se continha em lágrimas.  Exultava Portugal e o seu pequeno representante. Porque eles ingleses sim , eram o nosso mais antigo aliado. Esta malta não perde uma para colher uns louros . 10 Pontos . Até Malta votou .  Não se sabe bem porquê, mas deve ser por a malta aqui usar a palavra malta. 11 pontos ! Novo recorde do Festival . 

O jubilo não era fora de proporção. Afinal o pequeno-primeiro-ministro acabara de salvar o povo Grego e, por conseguinte, a Europa . Da sua genialidade havia brotado a ideia chave do acordo entre o Euro Grupo e a Grécia. 

Os minutos foram passando e nada . Pensei que isto seria obra dos malvados oposicionistas de esquerda ao regime esplendoroso do PPM. Malandros, já controlam os media. Afinal eu tinha lido pela manhã declarações do pequeno cantor que , de forma modesta, adequada e muito rigorosa declarou que "por acaso até fui eu a dar a ideia" . Bem, por acaso enfardei um bitoque ao almoço . Mas podia me ter encharcado numa caldeirada. Escolhas que ditam o fado da vida . Umas vezes ficamos com gases e outras temos mais sorte. 

Acabaram por não falar do pequeno cantor . Se calhar ele nem chegou a cantar pois não ?

Quem não passa num casting do La Feria para cantar na Revista à Portuguesa  é porque não tem voz nem para as festas de Santo Eustaquio das Matas. Quanto mais. 

Mais deprimente do que fazer mal é tentar passar a ilusão de que até se fez e muito bem .  




segunda-feira, 6 de julho de 2015

Bêbados ou só a queimar

Estou curioso 

Os credores, perante o toque-a-reunir dos gregos, estão perante um dilema. 

Existem dois caminhos a trilhar.

O primeiro é forçar as negociações, dando um chuto em rabo grego e na sua "menor" opinião democrática. Tão  bêbados que estão com o doce mel dos juros agiotas que cobram e nos prazos que os cobram, arriscam dessa foram o partir da corda e o colapso das suas fontes de rendimentos. 

Imagino que , na primeira opção, sonhem com a Quimera de governos soberbos que, vergados e subservientes, rasgam a própria constituição para servir alegremente as praças financeiras...bem, existe um país assim. Chama-se Portugal. Mas esses já estão domesticados pela colossal cobardia dos seus líderes. 

Numa segunda opção, entram num patamar de razoabilidade, bebem menos e mais devagar ..mas continuam a beber . Com mais calma e moderação . Aqui residem, no entanto, dois problemas . Um maior e outro menor. O problema maior é que estão adictos a esse fluxo de capitais que a classe média, enquanto acreditou na Grande Farsa, foi enviando, sem saber o destino exacto, privando os próprios filhos do elementar, privado-se eles próprios dos seus direitos e deveres. 

O problema menor é explicar a países menores na governação, como esse Portugal, que haviam outras formas. Que não se paga em 3 anos uma casa que iríamos  pagar em 30. Que não foram os povos que gastaram demais. Foram as regras que foram unilateralmente alteradas. Que, no fundo, não há regras quando os credores precisam de dinheiro. 

Explicar aos Portugueses, bem entendido seja, porque os governantes, esses, terão já o designer de interiores a preparar o seu próximo gabinete em Bruxelas ou no Goldman. 


quinta-feira, 2 de julho de 2015

Luio Onassis , o Artista




Emerge, depois de um longo tempo de vacatura, um artista plástico português verdadeiramente brilhante. 

Encontrei-o, por mero acaso, no Facebook. Num primeiro olhar, sem lhe conhecer ainda a obra, pensei tratar-se de um Manuel João Vieira da pintura. Ar alucinado e cabelo desgrenhado numa aparência retro dos anos 80, onde o bigode marcava a pincelada final,  Luio Onasis surgia, ele próprio, como uma nova pintura nas redes sociais. 

O segundo olhar foi para as suas criações artísticas. A ousadia do Luio, mente livre , é abrir espaço ao seu próprio imaginário , permitindo dessa forma que, também nós, sintamos a liberdade de quebrar regras e conceitos. 

Acompanhando o artista na sua viagem, compartilhamos da sua liberdade. Pintamos os sapatos ao Ronaldo, somos donos da nossa própria companhia aérea, decoramos o nosso carro de sonho com as cores de plasticina que são o sonho dos nossos filhos. Viajamos em Tourné Europeia, fumamos de cavas com -20C, andamos de mota de água e, por fim, em êxtase, pintamos o nosso próprio bigode. 

Enquanto viajamos, vamos criando. E o artista é como se fosse o lápis de cor do nosso imaginário. Cria a liberdade que sentimos e não conseguimos expressar. 

Não sou perito em Artes. Arisco, no entanto, colocar Luio num patamar de performance criativa ao nível dos mestres. O vibrante das suas cores, a intensidade pungente das formas e a harmonia do traço são as forças criadoras que  fazem nascer obras que diria filhas de Gaudi-Picasso . 

O Luio, de forma intencional ou meramente recreativa, conjuga a criação da sua personagem de homem-artista com as criações de Artista-homem que publica no Facebook. 

O que Luio faz, em suma,  é dar um bigode aos conceitos classissistas, mostrando que antes do artista existe o Homem, que só por si é arte. 

Arte performativa do Luio em perfeito sincronismo com a arte plástica do Onassis.