quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pensamento do dia



"Goza com a vida nos intervalos em que ela não goza contigo!"


Pedro Miguel Gaspar

Lixo Europeu e Datas ao Contrário


Os Norte Americanos usam uma expressão que sublima o recalcamento que têm pela Europa. Seja para se referirem aos habitantes, bens de consumo ou cultura, usam o termo “Euro Trash”.

Considerando o tempo de existência Histórica e Cultural dos E.U.A, em comparação com a Velha Europa, é como se estivessem na adolescência. Não são menos capazes, a sua cultura não é inferior, não são piores em nada…são simplesmente adolescentes de borbulhas que desdenham tudo os que os pais dizem e fazem. Nutrem aquele desdém rebelde e meio atabalhoado de quem se quer impor aos “cotas” que os criaram.

Mas foram os “cotas” da Europa que ergueram aquele potentado. E as marcas culturais são indeléveis.

A Cultura na Comida

Os Hambúrgueres são provenientes de Hamburgo e os “Hot Dog” de Frankfurt, ambos levados pelos colonos Alemães.

As Pizzas, canelonis e pastas são de origem Italiana.

As famosas Sanduíches das Delis são vendidas em lojas de origem Francesa (Deli é diminutivo de Delicatessen) com um toque Britânico na origem da palavra Sandwich e utilização de Baguettes Francesas.

Os Tacos, Burritos e Chilli são dos vizinhos Mexicanos.

As Datas ao Contrário....

Mas existe algo nos E.U.A que sempre me intrigou! Porque que raio, sabendo que tudo tem origem no “Euro Trash”, escrevem eles as datas ao contrario?

Colocam primeiro o mês, depois o dia e, finalmente, o ano. O melhor exemplo é a data do trágico atentado às Torres Gémeas, conhecido por nine-eleven. O acontecimento foi a 11 de Setembro, ou seja, 11 do 9. Mas eles insistem em escrever 9 do 11, nine-eleven.

Um destes dias descobri porquê!

Tem origem, também, na Europa. Mas especificamente em Portugal.

Se virem a foto com atenção, já em 1823 se escrevia assim em Portugal! Um chafariz das “AGOAS LIVRES” em Lisboa está datado de OUTUBRO 12 DE 1823!

Onde tirei a foto? Perto do AKI, ao Domingo de manhã, depois de comprar buchas para pendurar coisas lá em casa!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Os dois “V” que faltam a este PSD


O PSD e Manuela Ferreira Leite agonizam na ausência de dois “V´s” que lhes viabilizariam o regresso à Governação. O primeiro “V” é de “Vitesse” e o segundo de ´”Verdade”.
Ambos poderão provocar a ausência de um terceiro "V". O "V" de vitória nas proximas eleições.

O “V” de Vitesse
“Vitesse”, da composição de TGV (Train à Grande Vitesse) foi o primeiro “V” a saltar da carruagem desse comboio regional que é Programa de Governo proposto pelo PSD.
È da memória colectiva a génese desta temática. Imbuídos do espírito de integração económica no mercado europeu, o governo de Durão e Ferreira Leite, em 2003, assinou de cruz a importância estratégica do TGV. E tinham razão.

Portugal é geograficamente periférico em relação ao centro da Europa e, por conseguinte, ao núcleo dos pólos económicos europeus, mas beneficia, na mesma proporção, de uma relação privilegiada com o Atlântico, o que faz de Portugal uma plataforma privilegiada de entrada e saída de mercadorias transatlânticas.

Com o Aeroporto da Portela esgotado em termos de recepção e expedição de mercadorias e estando Alcochete a 10 anos de distancia, os operadores estão a desviar a rota e a entregar a Espanha os bens que transaccionam. Espanha, com visão estratégica e sabendo que Portugal demora sempre, tem construído Aeroportos que funcionam numa lógica de “doca seca” aproveitando esta deficiência de Portugal.

O principio do fim do “V” de Verdade

Começa-se a vislumbrar o segundo “V” que falta a este PSD. O “V” de verdade.

Na ausência de verdade, criou uma metamorfose em ciclo. Vejamos.

Em 2003 viabilizou o projecto. No primeiro debate, Ferreira Leite, rejeitou laconicamente o mesmo projecto que viabilizara em Conselho de Ministros. Percebendo o erro, no dia seguinte, correu, em Grande Vitesse, na tentativa de voltar aos carris. Disse que suspendia até melhor análise e negociação com os Espanhóis. As pessoas entenderam que seria uma e a mesma coisa e os Espanhóis desconfiados, desconfiaram.

Passando pelo “U” de União

Hoje, fiquei atónico com mais um passo da metamorfose. Ferreira Leite percebeu que não são os espanhóis que decidem. È a União Europeia que decide porque é co-financiadora do projecto. A União Europeia financia porque, efectivamente, quer beneficiar os Espanhóis. Assim como os Franceses, Alemães, Polacos e todos os outros membros da União.

Beneficia principalmente os Portugueses que, fazendo parte da União Europeia, devem usufruir das vantagens económicas de estarem integrados numa rede Europeia de Transportes, que nos facilite a fluência empresarial com os nossos parceiros e com o bónus de sermos nós a potencial plataforma logística de mercadoria marítima para toda a Europa.

Afinal beneficia os espanhóis aqueles que inviabilizarem o TGV e nos mantiverem no isolacionismo do mercado europeu da transacção de mercadorias.

Visto em perspectiva, este é apenas mais um pequeno passo para a União Europeia como forma de se consolidar em termos económicos, prosseguindo a construção de uma União de Países que se entre ajudam para serem mais fortes num mundo globalizado. È por isso que lhe chamamos União.

Um “D” de demagogia

Mas de pequenos passos se fazem grandes caminhadas. E a visão da líder do PSD, que ambiciona governar o Pais, torna-se ainda mais tacanha quando vem dizer, agora, que “nim” ao TGV dependendo de mais regalias de fundos comunitários para outras áreas, sem quais nem como.

A extrema-unção do “V” de Verdade

Fecha o ciclo da Metamorfose. Amanhã, regressa a 2003, já será a favor e dirá aos parceiros europeus que tudo não passou de campanha eleitoral.

Falta à “Verdade” que, de forma panfletária, apregoa numa Vitesse de inconstância que só lembra ao seu companheiro Santana Lopes.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Revigorante Almoço


Os empresários do Distrito de Santarém almoçaram, a 15 de Setembro de 2009, com o Secretário-Geral do PS, José Sócrates.

A adesão massiva de empresários, com a inerente exposição pública que acarreta um almoço de campanha de um Partido Politico, é reveladora e um marco político e social em Portugal.


A classe empresarial, da qual sou candidato, é acometida de um prurido culturalmente Português. Recatada, prefere não se envolver com receio do previsível prejuízo da sua empresa por apoiar um candidato e, dessa forma, perder clientes afectos a outras forças partidárias.


Os Portugueses, de todas as Classes estão, no entanto, a mudar. Privilegiam hoje o mérito do trabalho em detrimento da enfadonha obrigação de ter de trabalhar. Acarinham o seu posto de trabalho e interligam direitos e deveres laborais na sua equitativa proporção.


A Classe empresarial faz, também, a saudável transição entre a velha escola dos Patrões e a nova escola de Empresários que se norteia pelo envolvimento nas suas organizações em busca de uma melhoria continua.


Sócrates representa essa nova vaga de empreendedores que se sustentam na confiança, motivação e coragem de decidir. Porque uma má decisão é sempre preferível a decisão nenhuma.
Galvaniza-se na adversidade, obstina-se nos contratempos e mantém o Rumo da estratégia definida. Tal como um gestor. Foi assim durante os últimos quatro anos.


E foi por isso que os empresários aderiram em massa. Por verem e sentirem, pela primeira vez, que um Primeiro-Ministro Português tirou a gravata burocrática para trabalhar no terreno, envolvendo-se nos problemas reais do País, negociando realidades com os parceiros sociais, apoiando a inovação em sectores estratégicos e promovendo progressivamente a reforma das “velhas escolas”, reajustando sempre que necessário. Mas sempre seguindo a estratégia definida para tornar Portugal um País de excelência.


È isso que distingue Sócrates. A promoção do equilíbrio do esforço de todos os Portugueses, empresários ou não, na construção de um País onde cada um possa sentir, genuinamente, que o seu trabalho é valorizado tanto quanto o do seu concidadão mais próximo.



segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Vá ao "Marcador fluorescente"..e Ilumine-se

Passaram, não do 8 para o 80 mas do 1 para o 100.


Ouvir e sentir Obama faz parecer iverossímil a propria existência de Bush na Historia dos E.UA.


Para os apreciadores de Estadistas e Oradores...e para aqueles que almejam a excelência na practica politica.


Manuela Ferreira Sócrates




Campeonato da 2ª Circular

Manuela Ferreira Leite faz-me lembrar os últimos anos do Benfica.



Contratavam-se treinadores de renome e reconhecida competência….e estrangeiros. Iludiam-se os adeptos que, ávidos de sucesso, prostravam-se na ausência de raciocínio lógico ao não entender que, por melhor que seja o treinador, este tem de conhecer o Clube, o campeonato e ter bons jogadores para ganhar. Ferreira leite é o treinador...estrangeiro. O Clube é o PSD e os jogadores são aqueles que não tiveram lugar em nenhuma equipa de nenhum conselho de administração e ficaram encalhados no campeonato da retórica Parlamentar.

Hercúleo esforço este de dirigir uma equipa que não se escolheu. Podemos disfarçar muitas coisas, mas é muito difícil irradiar alegria quando dirigimos um grupo de trabalho que, além de não termos escolhidos, detestamos visceralmente.

E, acredito piamente que os poucos que escolheu, são erros de casting. Começando no que disse na Madeira sobre o conceito democrático, passando por um programa de Governo de 39 (!?) páginas a acabando na preparação do debate com Sócrates.

Curiosamente Sócrates é do Benfica e os Dias Ferreira (Leite) são do Sporting.




O Debate



Sócrates entrou ao ataque para provocar a irritação da oponente. Irritados, dizemos o que pensamos verdadeiramente. Tenho para mim que Ferreira Leite disse o que pensava, mas não disse o que tinha planeado e o que queria maquilhado.



Sobre o regime democrático na Madeira foi forçada, porque a coerência é moeda de ouro na política, a reafirmar o que havia dito sobre os 20 anos de maiorias absolutas de Alberto João Jardim. Existem muitos países de 3º mundo onde estas democracias são vigentes. Ao defender este principio contradiz o seu desejo de alternância democrática e, cereja, a sua própria candidatura. Se Sócrates tem maioria absoluta e esse é o caminho democrático e de desenvolvimento, então está a apelar ao voto no PS…para os próximos 20 anos.

Um Programa de Governo, que define o rumo e estratégia para o País e para todos os Portugueses, com 39 páginas, tem o mérito de um trabalho de fim de semestre de um aluno do 10º ano. Defender, depois, que é pequeno porque só se escreve o que se pretende mudar, além da assunção do bom trabalho desenvolvido pelo Governo em funções, é o mesmo que o aluno dizer ao professor que tem tudo feito mas perdeu a mochila no autocarro.


A Alta Velocidade marcou a diferença de andamento. Sócrates defende, Manuela suspende. São posições legítimas. A argumentação é que me preocupa. No tempo do Dr. Salazar era proibido vender e consumir Coca-Cola em Portugal. A razão era simples. Isolava-se Portugal em termos económicos mas protegiam-se os superiores interesses nacionais….do único produtor de Laranjada. Ferreira Leite usa o mesmo ideário para suspender o TGV. Isolar Portugal da Europa, neste caso sem propósito aparente, só para fazer pirraça aos malandros dos espanhóis que nos querem pagar taxas pelos produtos que transportaremos para lá e que provêm de todo o mundo utilizando Portugal como entrada estratégica de mercadorias na Europa. O TGV é Europeu e a economia também.


Nada de estranho para quem já defendeu a suspensão do Regime democrático por 6 meses.


O Bloco Central


Manuela, ao contrário de Sócrates, repudia qualquer entendimento pós-eleitoral com o PS. Concordo plenamente. Será impossível governar o País com um bloco central quando já se vê a luz ao fundo da crise. Sócrates é astuto. Não fechou a porta a um entendimento pela mesmíssima razão. Os Portugueses percebem que as maiorias absolutas são mais produtivas que as relativas ou governar em minoria. Com isto, ambos forçam o voto dos Portugueses e, sem o dizer, apelam ao voto útil. Na dúvida, entre quem está disposto a ceder e quem é intransigente, vão optar pela moderação. Cansados da intransigência das reformas de um governo maioritário, irão votar num Sócrates disposto a ceder…O mesmo Sócrates que chefiou esse governo.


Não sou vidente mas Sócrates não só vai ganhar, como vai ver a maioria absoluta ser reforçada.


Quatro Anos de Quarta Classe


O próximo Primeiro-ministro terá méritos e deméritos. Irá, inevitavelmente, errar e acertar. O que não é inevitável é termos de ouvir, nos próximos 4 anos, milhares de horas de registo vocal da Dr.ª Manuela Ferreira Leite. Dirão que é discriminatório penalizar alguém pela imagem, postura e timbre de voz. Mas já que temos que penar com algumas decisões de um primeiro-ministro, que não seja a toque de cana de uma Professora Primária dos anos 50, de régua na mão e com aquele olhar sobranceiro que nos remete a um patamar de estupidez e pequenez.


Se outras razões não fossem já certezas, esta, per si, seria basta.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Loiça de Sócrates

Louça cedeu à tentação de poder.....Poder Governar.

Iniciou a pré-campanha alinhado no registo de fita magnética gasta do PCP e, aparentemente sólido como uma rocha, afirmou que jamais faria uma coligação com o PS para governar.

No debate de ontem, com Sócrates, tentou fazer a suave transição, da rocha dura para a pedra-pomes. Já não renuncia a um ministério, ofuscado pela luz do poder.

È compreensível. Sendo Socialista deste sempre, como reiterou, é entendível que, após tantos anos de trabalho, já é merecida uma recompensa e um reconhecimento do povo Português.

Na presença do candidato José Sócrates, ainda Primeiro-Ministro, quis mostrar que está pronto e no ponto. Vestiu uma postura de estado (mas com o cuidado de não ostentar gravata) e desenhou uma estratégia de discurso diplomático e de estado para debater com um secretamente desejado futuro chefe.

Sócrates não dançou nessa fogueira e, constante da sua personalidade política, estava preparado. Sabia da importância do debate, consciente de tantos outros no plenário com Louça, optou por debater e clarificar, usando a estratégia de Louça…

Louça lidera um movimento fracturante e anti-sistema. Tem por timbre o esmiuçar de cada detalhe governativo e, munido de uma oratória populista, ataca consecutivamente qualquer governo.

Foi Sócrates, desta vez, que se sentou na bancada da oposição, e pediu esclarecimentos a Louça sobre o Programa de Governo do Bloco. Apanhou-o no nervo ciático. Não existem explicações para programas inexequíveis. Só existe demagogia que, inevitavelmente, nos atira para fora da rota da realidade presente.

È bonito, assim como construir uma máquina do tempo e ir ver como o meu tetravô conquistou a minha tetravó, mas não passa disso mesmo. Impossibilidades.

Quem sabe que nunca chega ao poder tem a faculdade do poder de iludir e, nefastamente, dizer o que as pessoas supostamente querem que ouvir.

Sócrates ganhou o Debate e passou a mensagem que apenas dois partidos estão em condições de poder Governar. E a estratégia foi tão simples.

È que ao longo dos últimos quatro anos, Sócrates foi forçado a lutar no campo de batalha que Louça lhe preparava meticulosamente. Aprendeu a sobreviver em território hostil.

Louça, ao contrário, nunca foi governante. Não conhece o terreno.
Sócrates seduziu-o a interpretar esse “roll-play”…
E Louça partiu-se…Como Loiça.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"TOTÓS"

Lembram-se daquele “Totó” que havia em todas as turmas e que tirava sempre boas notas?

Alvo de eleição para partidas e tropelias era o “Totó”, invariavelmente, o primeiro a ser premiado com uma alcunha.

Seguia-se um ano lectivo de solidão para este triste ser. A solidão e isolacionismo eram constantes que caminhavam a par e passo com outra constante. Os bons resultados escolares.

Hoje, à distancia, consigo perceber o porquê. O “Totó” era um mau exemplo para os outros. Como trabalhava e se esforçava por objectivos e resultados, tinha de ser ridicularizado. Se os seus pares caíssem na asneira de fazer dele um exemplo, então todos tinham de trabalhar ao seu ritmo, provar do seu esforço e amargurar por tempos de brincadeira perdidos.
Acresce o problema de que a figura de “Totó” transitaria para o puto com pinta de brigão que teria de bater em muito mais gente.

A luta entre Sindicatos dos Professores e Ministério da Educação não é muito diferente. Existem “totós”, putos brigões e miúdos que só querem mesmo é passar de ano.

Ao longo dos anos os professores foram desenhando, dentro da sua Classe, as suas próprias personagens. Os “totós”, poucos, foram-se dedicando à escola, aos alunos e à pedagogia. Os putos brigões faziam excursões da “sande e mini” à Av. 5 de Outubro, arrastando os que só sonham em passar de ano, para reclamar mais direitos.

Deveres?
Apenas aqueles que são exigidos aos alunos, ou seja, aparecer lá na escola, assinar o livro de ponto e já está.

Depois era esperar que os anos fossem passando. Passando o tempo e passeando pelos buracos desse coadouro da não existencia de qualquer critério de avaliação, para chegar à reforma com o mesmo vencimento dos colegas “Totós”… que ficaram na escola, a trabalhar.

Os alunos, pelo menos, para além da presença física, ainda tinham de apresentar resultados para serem avaliados pelos Professores. Professores que, por sua vez, avaliavam e ajudavam a criar mais “Tótós”.

O que ninguém parece perceber é que os alunos, vão questionando a autoridade, pelo menos moral, dos seus mestres.

Valerá a pena ser “totó” quando se tem pela frente, como modelo a seguir, um “puto brigão”?

domingo, 6 de setembro de 2009

30 Catarina




Tão poucas palavras para um agradecimento tão intenso.

As lágrimas, genuínas como tu, chegaram ainda a tempo de envolverem as palmas dos amigos e mesmo a tempo de se fundirem com o fumo das velas do teu bolo de aniversário.

Registei, uma por uma, cada palavra. Não foi difícil por serem poucas, foi por serem tão sentidas. Sentidas por ti e por quem te ama.

“30 Anos, 30 pessoas…as pessoas mais importantes da minha vida”.

A minha singela homenagem, na honra de pertencer a esse punhado pessoas que tens no coração, é contar-te o que não viste…na tua própria festa.

Como um caranguejo

Começo pelo fim. Arribei a casa sóbrio e exausto. Não Cayolla, nem sempre te posso acompanhar. Perdoa-me a falta de solidariedade, meu bom amigo. Exausto, não da festa, mas da espontânea tarefa de consultor, da qual foi incumbido, para futuros Papás. Foram workshops sucessivos a carecer de sensibilidade estratégica para não influenciar decisões e acordos firmados entre pombinhos. Sóbrio pela mesma razão.
Recebidos, eu e a Joana, por uma esplendorosa aniversariante, linda de morena e de branco vestida, fomos encaminhados, de imediato, para o quarto. (espero que ninguém leia este paragrafo isolado, não vá parecer que eu e a minha mulher fomos a outro tipo de festa).

O Quarto da Catarina

Conclave no Quarto, iniciei os meus labores. O André apanhou-me e, naquele registo de sorriso contagiante e sincero, com um humor inteligente e refinado que é a sua marca água, esbofeteou-me sucessivamente e sem piedade com todas as perguntas que se lembrou sobre a paternidade. Dei-lhe a realidade nua e crua, sempre supervisionada com a experiencia do Gonçalo que já tem 4 anos maravilhosos de Diana. Fiz o meu melhor, mas fiz mal. Dizer-lhe que acordo ao Sábado às 06h30 arrasou-lhe os sonhos de uma paternidade breve. Querida amiga Carla, perdoa-me que não sei o que faço, nem tão pouco o que digo!

Enganar criancinhas

Mas quem “ensina” também aprende. Contou-me, o André, como se engana um filho. Em duas experiencias. Uma na primeira pessoa e outra como observador. Observou nos Açores, com a sua Carla, como é que uns amigos, que têm um pequenote que só gosta de Bife, lhe dão peixe para comer. Para enganarem o petiz fazem polvo gizado, cortam os braços do bicho às fatias e tiram os tentáculos. O petiz pergunta o que é aquilo. Eles dizem que é “Bife de Polvo, filho!”. E o puto sorve o suculento bife enquanto o imagina o animal a pastar numa pradaria.
Na primeira pessoa, ele próprio, como vitima destes esquemas escabrosos do Pais. Para largar a chucha prometam-lhe que lhe dariam um equipamento do Benfica. Ela largou a chucha mas deram-lhe apenas uma bandeira. Hoje, ainda traumatizado, relata a história com os olhos molhados. Comprou lugar cativo na luz, presumo eu, para compensar o desconsolo da abstinência da chucha.

Conselhos Parvos

A Carla e o Daniel também quiseram saber um pouco mais deste desporto radical de ser Pai. O que lhes contei do parto da Joana, do facto de ela não dormir 8 horas seguidas há quase 7 meses e da revolução da vida burguesa que se leva antes de ter um filho, empurrou a Carla para uma reflexão mais ponderada. O Daniel, no seu registo alternativo que não cessa de me surpreender, dissertou sobre o Diploma de Mérito que Mussolini atribuía às mães italianas com mais de 4 filhos.

O Telmo e a Inês continuam eufóricos com a aproximação da data do nó. Perguntou-me, quando saiamos às 2 da manhã, assim do nada, se eu tinha algum conselho para lhe dar, como que saído da algibeira. Aquela hora, com vinho Cheda do Douro, disse-lhe que podia ser boa ideia fazer um Ramadão até ao casamento para ter uma Lua-de-Mel inesquecível. Por falar em conselhos parvos….

A Varanda

Na varanda, em animada conversa com o Gonçalo, ele repara na reluzente menina que esta sozinha na outra ponta. Pergunta-me se eu a conheço e se posso fazer as honras. Viro-me e vejo a minha boa e fiel amiga Joana Quirino…que já é noiva do Gonçalo. Entro na brincadeira. Ela não se mostra interessada. Diz-me que a Morangoska lhe assenta melhor que os olhos azuis do meu amigo. No fundo é amor profundo. Afinal, a Joana e o Gonçalo, vão casar já daqui a 2011.

O Pedro Catarino

Entra o co-anfitrião em cena. O Pedro é um companheiro fantástico. Para a sua Catarina e para os amigos. Perfil discreto mas sempre presente, não permite que ninguém se sinta sozinho. Na varanda, na cozinha, no quarto, na sala. O Pedro está em todo o lado, tem sempre algo inteligente para dizer, mesmo depois de ouvir, durante intermináveis minutos, teorias e lamurias sobre os jogos de sombras do mundo da política. Concluiu, para os que se queixavam das deslealdades, facadas nas costas, rasteiras e tropelias, com uma frase que nos estalou na cara;
“Mas essas são as regras, não são?”

Chegar antes para contar depois

Desta vez não fomos os últimos. Para quem, como eu, tem o hábito nefasto das más relações com os relógios, chegar antes e receber os outros é uma experiência que aconselho. Aprende-se imenso porque cada pessoa que chega vem imbuída num pensamento e numa história anseia partilhar com os amigos.

A Minie vinha radiante de Londres. Tinha viajado em classe executiva, na Easy Jet, na companhia do Económico CEO da Virgin Portugal.

O Miguel tinha vindo de Londres, também, mas propositadamente para festa da sua “irmã”. Vinha com Gripe A mas não o podíamos mandar embora depois de todo aquele sacrifício. Ele lá ia dizendo que era do Ar Condicionado mas a malta passou a grande parte da festa a lavar e a esfregar as mãos pensando nos folhetos e anúncios que nos infestam de medo. Tenho cá para mim que os accionistas da Roche também esfregam as mãos, mas não é com água.

A Nádia, minha futura colega de Governo, contagia-me sempre com o sorriso aberto e com uma energia positiva tão própria dos bons. Não falámos muito mas fumámos uns cigarros enquanto se assistia à vida privada dos vizinhos da frente.

Paulinha, a cidadã. Já não nos víamos há muitas luas mas existem coisas que não mudam. A Paulinha é daquele tipo de pessoas que não se esquecem e com quem reiniciamos uma conversa que ficou a meio, há mais de um ano, como se tivesse ocorrido a semana passada. Inolvidável.

Enjoar o desenjoo

A Sofia reconheceu-me. Sem fato e gravata, no registo informal que tanto gosto, falámos sobre a maratona que é enjoar e desenjoar dos restaurantes na zona onde trabalhamos. A Marta Telles concordava. Somos todos vizinhos. È um circo e um ciclo. Vamos uns meses a um restaurante e enjoamos. Passamos ao próximo e voltamos a enjoar. Até que damos por nós a almoçar no primeiro que enjoamos,já enjoados de todos os outros.
Até falamos de um tal restaurante na Av 5 de Outubro que, segundo a Sofia, tem empregadas "recicladas". Ingénuo, quis saber mais sobre esse conceito. “Epá, trabalhavam todas numa casa de meninas quando eram mais novas. Agora são empregadas de mesa”. Pensando bem Sofia…

2.oo p.m.

Senti uma vibração no bolso das calças. A Joana já estava à minha espera. O Telmo, a Inês a Sofia eram as damas de companhia de minha dama. A Rua estava lotada de novas cores, tendências e gostos. A Catarina, anfitriã e bar-killer, já não se importa muito. Despedi-me e desci. Rua abaixo, fui falando com o Telmo sobre os putos de hoje em dia. Tatuados, trongos no vestir, radiantes no calçar e todos furados, parece que não têm valores nem objectivos. Claro que têm. São os deles. Necessariamente diferentes dos nossos, para que possam sentir a amargura da crítica, a ousadia de ser diferente , o gosto de estar desalinhado. Nós também crescemos assim. Agarrados a um barco prestes a naufragar a todo momento, lutámos, ganhámos força. A maioria chegou à costa. È por isso que hoje olhamos para este presente com o desdém de marinheiros com pele de cortiça, feitos noutros tempos.

Cai o Pano

Cai o Pano, fim de festa. Nem por isso. A festa de um amigo especial nunca acaba, porque nos fica para sempre impressa. È a nossa memória, faz parte indelével da nossa vida, da nossa identidade.

Porque a identidade de um só é possível com a partilha da identidade de outro.

Parabéns Catarina Lins

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Logica do Tuberculo


Ligou-me um amigo.


Queixou-se intensamente desta forma de trabalhar à Portuguesa, caótica e desorganizada.
Tirou do peito, em desabafo, a angústia de trabalhar num sistema onde tudo é urgente sem o ser e onde o contrário também é verdade, onde o dia de ontem também conta como prazo para qualquer coisa que nos pedem hoje, não poder raciocinar, planificar e acabar embrulhado na desorganização que contraria tudo o que se deseja fazer com perfeição.


Falou ainda das incongruentes e constantes pressões de trabalho transformadas em casos de vida ou morte que, colocadas em perspectiva, daqui a um par de meses, têm tanta importância como as fraldas dos cavalos que passeiam turistas NOS Jerónimos. Nenhuma. E mais um chorrilho de considerações sobre esta forma desgastante de trabalhar à Portuguesa.

Quando terminou disse-lhe,


“Ainda bem que trabalhamos à Portuguesa!”


Ficou indignado. Recuperou a tempo de me perguntar porquê.


“Porque é em Portugal que trabalhamos.”


Tão velho como o mundo "Em Roma sê Romano"