domingo, 15 de novembro de 2009

George Carlin - As Pessoas são chatas

As pessoas são chatas.

Apresentaram-me George Carlin há 3 dias. Ele já morreu há mais de um 1 ano. A maioria das vezes é necessário morrer para se ser conhecido. Menos comuns, pese maior o impacto, são as ocasiões em que a pressão de ser conhecido é a causa da morte.

Robert Enke foi a última vítima conhecida.

Os Antropólogos explicam estes fenómenos. Os hábitos e costumes dos Pré-Socráticos, como Homero e Hesíodo, marcam o inicio do estudo humano sobre os seus próprios….hábitos e costumes.

A Antropologia, desde essa origem, tem sido uma ciência orbital. Um pouco obscura e desconhecida das massas e sem o glamour de alguns dos seus “filhos” como a Sociologia e Psicologia.

George Carlin também era assim. Orbital, marginal, obscuro e sem o glamour comercial de filhos como “Seinfeld” e “Larry David”. Ele era um Antropólogo sem diploma académico.

Não precisava. Percorrer a sua obra é viajar pela genialidade de um homem que, pela arte da observação, desenhou em humor o comportamento do Homem dos nossos dias.

Se fosse um académico seria agraciado com distinção numa tese de doutoramento. Por mim, prefiro agracia-lo pelo caminho que escolheu de artista marginal. Até nessa escolha foi coerente para poder ter a liberdade de se criticar e compreender a si mesmo.

Vale a pena ver, no youtube, “Religion is Bullshit” e “We like War”. No Marcador Fluorescente deixo-vos “People are Boring”.

Genial

George Denis Patrick Carlin (12 de Maio de 1937 – 22 de Junho de 2008)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Jesus trouxe a Luz


Não vamos ganhar a Liga Europa, nem a Taça de Portugal, nem tão pouco o campeonato. E se ganharmos? Para mim, nesta fase, é-me totalmente indiferente. Aceito uma ou outra condição com o mesmo sorriso de alegria.

Fomos à Bola no Saldanha. A nossa estreia no Café 10 do Rui Costa, decorado com Imperiais e Pregos com mostarda e que tem nas paredes estranhos canais de Televisão que, não sei porquê, não consigo sintonizar em casa, foi para ver a primeira derrota do Benfica no campeonato.

Sorri para a minha mulher no fim do Jogo. A Joana, mais encarnada que um pimento, cor que se come agridoce quando se partilha o eterno colorido do Benfica com a cor da nossa pele na fúria de uma derrota, não entendia o meu estado de espírito calmo. Um estado de “Fen Shui” que a Luz mais Brilhante nos traz. A Luz do prazer de ver, passados tantos anos, o Benfica a jogar Futebol.

Hoje, o tempo que dedico a um jogo do Benfica já não é em vão. È um tempo de paz e alegria, tempo de sentir que são substantivas as palavras clichés do Futebolês “trabalhamos a semana toda”. Pois trabalharam. Perdemos. E depois? Como em tudo, neste caso o Futebol, perder e ganhar é a busca incessante do equilíbrio. E o equilíbrio tem sido uma incessante constante. Da constância nasce a regularidade. Se um campeonato de Futebol é uma prova de regularidade, está explicado o meu estado de espírito.

Perdemos o jogo sem perder no orgulho do trabalho árduo e da obra-prima de cada jogada ensaiada.
A provação do fiel é o caminho do vale escuro em que nada é temido. No fundo existirá a Luz. Essa Luz está sempre dentro de nós, mas no caso do Benfica foi mesmo preciso Jesus para a voltarmos a sentir.

Na Terra vizinha do homem Santo

Jesus tem como vizinho um homem santo, Bento. Está abaixo de Jesus na hierarquia divina, mas não deixa de ser um homem santo. Tenta guiar o seu povo pela escuridão do Vale de Alvalade, profundamente escuro. Não lhe reconhecem essa capacidade. Mas da adversidade nasce a iluminação. Bento proferiu as palavras mais bonitas que algum treinador de Futebol Já alguma vez ousou. Quando questionado sobre a eventual pressão que sofria às mãos dos seus fieis, Bento respondeu “ Pressão sente um pai que não consegue dinheiro para alimentar os seus filhos.”
É o homem certo para os fiéis errados.