quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Loiça de Sócrates

Louça cedeu à tentação de poder.....Poder Governar.

Iniciou a pré-campanha alinhado no registo de fita magnética gasta do PCP e, aparentemente sólido como uma rocha, afirmou que jamais faria uma coligação com o PS para governar.

No debate de ontem, com Sócrates, tentou fazer a suave transição, da rocha dura para a pedra-pomes. Já não renuncia a um ministério, ofuscado pela luz do poder.

È compreensível. Sendo Socialista deste sempre, como reiterou, é entendível que, após tantos anos de trabalho, já é merecida uma recompensa e um reconhecimento do povo Português.

Na presença do candidato José Sócrates, ainda Primeiro-Ministro, quis mostrar que está pronto e no ponto. Vestiu uma postura de estado (mas com o cuidado de não ostentar gravata) e desenhou uma estratégia de discurso diplomático e de estado para debater com um secretamente desejado futuro chefe.

Sócrates não dançou nessa fogueira e, constante da sua personalidade política, estava preparado. Sabia da importância do debate, consciente de tantos outros no plenário com Louça, optou por debater e clarificar, usando a estratégia de Louça…

Louça lidera um movimento fracturante e anti-sistema. Tem por timbre o esmiuçar de cada detalhe governativo e, munido de uma oratória populista, ataca consecutivamente qualquer governo.

Foi Sócrates, desta vez, que se sentou na bancada da oposição, e pediu esclarecimentos a Louça sobre o Programa de Governo do Bloco. Apanhou-o no nervo ciático. Não existem explicações para programas inexequíveis. Só existe demagogia que, inevitavelmente, nos atira para fora da rota da realidade presente.

È bonito, assim como construir uma máquina do tempo e ir ver como o meu tetravô conquistou a minha tetravó, mas não passa disso mesmo. Impossibilidades.

Quem sabe que nunca chega ao poder tem a faculdade do poder de iludir e, nefastamente, dizer o que as pessoas supostamente querem que ouvir.

Sócrates ganhou o Debate e passou a mensagem que apenas dois partidos estão em condições de poder Governar. E a estratégia foi tão simples.

È que ao longo dos últimos quatro anos, Sócrates foi forçado a lutar no campo de batalha que Louça lhe preparava meticulosamente. Aprendeu a sobreviver em território hostil.

Louça, ao contrário, nunca foi governante. Não conhece o terreno.
Sócrates seduziu-o a interpretar esse “roll-play”…
E Louça partiu-se…Como Loiça.

4 comentários:

Vasco Gaspar disse...

Muito bem apanhado, sim senhor!

Pedro Miguel Gaspar disse...

Grande Mano...Se não fores tu...

Ainda não vi a prenda que enviaste..mas está na calha!

Um grande Abraço!

Anónimo disse...

Em tempos, por um daqueles acasos da vida, neste caso profissional, cruzei-me com o Pedro.
Apesar de depois desses encontros nunca mais nos termos visto, terá ficado a amizade que daí resultou, e que levou a que agora o Pedro queira também partilhar comigo este seu blog.
Obrigado.
Devo confessar que não sou muito de blogs, mas este ficará na minha lista de favoritos.
De facto, gostei muito do que li e vi!
Parabens Pedro!
Mas, não há ninguém perfeito, mesmo sendo do Benfica... Ai essa costela socialista :-)
39º26'N
031º10'W

Pedro Miguel Gaspar disse...

Meu bom amigo!n Eu é que agradeço profundamente a tua amizade e a partilha do teu ser inteligente, sensato e cordial.
Um abraço genuino para o meu bom amigo da Ilha Magica!