Não direi para irem ver “O Solista” de Joe Wrigth.
Especialmente se não me conhecerem
De facto, quando o tema é cinema, abomina-me a criação de expectativas em torno de um qualquer filme que ainda não vi.
Se um conhecido esbugalha os olhos de entusiasmo e se enfia num persistente “Tens de ver, tens de ir ver….promete que vais ver!”, obriga-me a vasculhar todo o armário de registo que tenho dele e cada um dos seus gostos. Depois compará-los com os meus para saber se é seguro sequer ir ao cinema e, por vezes, perguntar porque somos sequer conhecidos.
Se é um amigo a aconselhar, é atroz a penitência de autoflagelo. Não saber o essencial sobre um amigo é imperdoável. Não podemos saber tudo, mas temos de saber se contamos com um “Ed Wood” ou um “Michael Mann” (do pior para o melhor). Se não sabemos isso podemos nos perguntar porque somos amigos sequer.
Se for um crítico cinematográfico, escolho sempre as 3 estrelas. Somo 2 estrelas pelo mérito de ter convencido alguém a pagar-lhe para ver filmes e, movimento reflexo, retiro 2 estrelas pelas alarvidades que lhes sai da bola da esferográfica. Assim como os realizadores portugueses que fazem filmes para os 4 ou 5 amigos lá do clube de Jazz, os críticos escrevem para os 2 ou 3 leitores que lhes percepcionam as entranhas de frustração. Estão atormentados pela tomada de consciência da inabilidade para filmar ou dirigir seja o que for. Até às 2 estrelas concordo com a classificação. Também não é o meu tipo de cinema. Filmes de 4 estrelas são incursões pela zona cinzenta da vida comum. Filmes de 5 estrelas são classificações dadas a obras que nem os críticos entenderam lá muito bem. Eu escolho as 3 estrelas. Tem a ver comigo, mediano.
Voltando ao “O Solista”.
Um filme feito em Hollywood para ser acarinhado na Europa. Um Jamie Foxx soberbo que não está a Solo. Tem um Robert Downey Jr que o acompanha num dueto de emoções cada vez mais raras nos argumentos que pintam as telas de cinema….de Hollywood.
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