Vendedor de Bolas de Berlim. Palmilha areia, discurso ensaiado e gasto como a solas dos pés comidas da areia.
"Chegaram as bolas da Ti Maria. Quentinhas, boas e fresquinhas! Olha as bolinhas!" Castiga os gémeos ate ao próximo cliente.
"Senhor, aqui por favor" -alguém reclama.
"Com ou sem?" – pergunta em código da confraria das Bolas de Berlim.
"Sem!" - resposta pronta de quem já se deu mal com os cremes ou se da mal com os conceitos da dieta.
A diferença é ténue. Mas é sem creme.
A diferença é ténue. Mas é sem creme.
Ainda no mesmo cliente, enquanto a bola rola para o saco de plástico, continua a adiantar serviço - "Venham ver como são belas e frescas as bolinhas. E como andar de carrossel, mete um euro e é sempre a andar” - (confesso que esta não percebi)
"Olhe lá, quando e que agua aquece? É que está um gelo...." - Volte face na conversa, o cliente procura, também, comer da sabedoria deste homem das areias.
O vendedor de bolas tira a mascara e põe um ar contemplativo.
"Meu amigo, enquanto predominar o vento norte e as marés mediterrâneas não agitarem a quietude do mar, não se irá pronunciar o levante. Até lá, se quer água quente, aconselho-o a ficar na toalha....... Bolas, olha as famosas bolas da Ti Maria, quentinhas. Bolas fresquinhas! "
E seguiu o seu caminho. Rouxinol Faduncho dix it
Sabemos que é um erro julgar pelas aparências. Maior erro é julgar antes de ouvir.
1 comentário:
Quem vê caras não vê corações, como dizem.
Parabéns pelo "novo estilo" comunicação - com imagens e "mais directo ao coração". Mais, como o blog posterior diz, espontâneo! ;)
Forte abraço
Enviar um comentário